O tálamo e sua relação com a base funcional das operações linguísticas – Resenha do artigo “Functional roles of the thalamus for language capacities” por Taínne Gomes Lopes

Klostermann F., Krugel L.K., Ehlen F. Department of Neurology, Motor and Cognition Group, Charité. Front. Syst. Neurosci. Jul 2013.

http://www.frontiersin.org/Journal/10.3389/fnsys.2013.00032/full#B71

 

prehistoric language

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conceitos biológicos precoces de linguagem eram predominantemente córtico-cêntricos, mas nas ultimas décadas pesquisas biolinguísticas mudaram essa visão. O que se busca é dominar a compreensão da base neural da linguagem. O envolvimento dos gânglios da base, do tálamo e as funções específicas das respectivas estruturas em operações linguísticas são noções bastante controversas. O artigo trata da revisão de algumas dessas questões, principalmente relacionadas à configuração funcional da rede basal, fornecendo argumentos de que o tálamo age como monitor central em atividades linguísticas córtico-talâmicas, argumentos estes baseados nas operações da linguagem tanto perceptiva como produtiva.

 

 

Cícero discursando no senado romano em 63 a.C.: as suas Catilinárias, uma série de quatro discursos célebres ainda hoje são citadas- Afresco de Cesare Maccari, século XIX.  A oratória, arte de falar em público com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes refere-se ao conjunto de regras e técnicas adequadas para produzir e apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do orador.
Cícero discursando no senado romano em 63 a.C.: as suas Catilinárias, uma série de quatro discursos célebres ainda hoje são citadas- Afresco de Cesare Maccari, século XIX. A oratória, arte de falar em público com a intenção de informar, influenciar, ou entreter os ouvintes refere-se ao conjunto de regras e técnicas adequadas para produzir e apresentar um discurso e apurar as qualidades pessoais do orador.

 

As funções subcorticais no processamento cognitivo ainda permanecem um pouco evasivas, devido ao fato de que uma avaliação precisa dos processos em estruturas de profundidade é comparativamente difícil com as ferramentas de pesquisa existentes, tais como a ressonância magnética ou a eletroencefalografia. Em relação a esse ponto de vista, a evolução desses estudos estruturais complexos se baseia em observações clínicas de pacientes com disfunções cognitivas que apresentam lesão talâmica.

 

 

Conceitos modernos descrevem que o tálamo consiste em núcleos de primeira ordem, que retransmitem entradas sensoriais, principalmente para as suas áreas de projeção corticais, e em núcleos de ordem superior que propagam a informação de uma cortical para outra. Quando se estimulam certos núcleos talâmicos, podem-se aferir potenciais evocados apenas em certas áreas específicas do córtex. Por outro lado, existem outros núcleos, cuja estimulação modifica potenciais elétricos de territórios muito grandes do córtex cerebral.
Conceitos modernos descrevem que o tálamo consiste em núcleos de primeira ordem, que retransmitem entradas sensoriais, principalmente para as suas áreas de projeção corticais, e em núcleos de ordem superior que propagam a informação de uma cortical para outra. Quando se estimulam certos núcleos talâmicos, podem-se aferir potenciais evocados apenas em certas áreas específicas do córtex. Por outro lado, existem outros núcleos, cuja estimulação modifica potenciais elétricos de territórios muito grandes do córtex cerebral.

 

O controle do modo de descarga e transmissão tálamo-cortical parece estar organizado em um equilíbrio dinâmico, em que os núcleos são informados sobre os sinais de saída do córtex (transformados em comportamento), por cópia eferente. Com esta informação,, o tálamo modula a projeção do núcleo talâmico para o córtex, como em um feedback. Modelos sobre os papéis das estruturas subcorticais no processamento da linguagem têm sido formulados.

 

O “Selective Engagement Model” (Crosson et. al, 2000) trata do monitoramento das áreas corticais na distribuição de atividades e no controle das conexões funcionais dos núcleos talâmicos. No caso da informação linguística, refere-se principalmente aos córtices frontal e temporo-parietal em que as informações semântica, fonêmica e léxica são trocadas durante a percepção e a produção da linguagem.

 

Tanto a palavra falada quanto à escrita relaciona semântica, fonética e sintaxe. A semântica se refere aos aspectos de significado, sentido ou interpretação dos signos linguísticos; a fonética trata do estudo dos sons físicos do discurso humano; a sintaxe consiste nas regras da combinação de palavras. Estas regras são aprendidas na infância sem esforço e sem treinamento formal. A criança infere e generaliza o modo pelo qual as palavras se combinam e se ordenam nas sentenças. . A linguagem é produto da atividade de um circuito integrado, que une diversas estruturas, como áreas do córtex cerebral, tálamo e gânglios da base, em uma rede de informações que circulam em ambos os sentidos a fim de formular uma ação final, seja motora ou sensitiva.
Tanto a palavra falada quanto à escrita relaciona semântica, fonética e sintaxe. A semântica se refere aos aspectos de significado, sentido ou interpretação dos signos linguísticos; a fonética trata do estudo dos sons físicos do discurso humano; a sintaxe consiste nas regras da combinação de palavras. Estas regras são aprendidas na infância sem esforço e sem treinamento formal. A criança infere e generaliza o modo pelo qual as palavras se combinam e se ordenam nas sentenças. . A linguagem é produto da atividade de um circuito integrado, que une diversas estruturas, como áreas do córtex cerebral, tálamo e gânglios da base, em uma rede de informações que circulam em ambos os sentidos a fim de formular uma ação final, seja motora ou sensitiva.

 

A “Embodied Cognition Theory” ( Hauk et al, 2004; Moro, 2012) postula que entradas lexicais não são armazenadas de forma arbitrária, mas estão ligadas a processos sensoriais e motores que são importantes na formulação do significado das palavras. Desde as primeiras pesquisas foi assumido que o processamento da linguagem ocorre em áreas específicas do cérebro, relacionadas ao lobo esquerdo. A teoria demonstra que palavras de ação, quando apresentadas em uma tarefa de leitura passiva, ativa diferentes áreas ao longo da faixa motora e pré-motora. Isto exclui um sistema unificado e suporta a dinâmica da formação de palavras em circuitos neuronais.

De acordo com a “horizontal language representation” ( Pulvermuller et al, 2005) foi demonstrado que a percepção da ação das palavras ativa regiões corticais do cérebro, mas há um envolvimento adicional de estruturas motoras basais.

A maioria dos modelos linguísticos não se concentra na relação entre operações específicas e estruturas cerebrais, mas sim sobre a análise dos próprios processos.

É difícil definir distúrbios da linguagem relacionados a áreas específicas do tálamo devido a diversas razões. Em síndromes afásicas são encontrados diferentes locais de dano, estão incluídos déficits linguísticos heterogêneos, não ocorrem isoladamente estando relacionados a outros danos neuropsicológicos e são frequentemente acompanhados de lesões extra-talâmicas, dificultando a classificação.

 

A afasia é um distúrbio na formulação e compreensão da linguagem, um prejuízo funcional. Caracteriza-se por dificuldade em se expressar verbalmente e/ou de compreender o que está sendo dito. Podem levar a um discurso vago ou vazio. A afasia pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem. No extremo pode levar a mudez.
A afasia é um distúrbio na formulação e compreensão da linguagem, um prejuízo funcional. Caracteriza-se por dificuldade em se expressar verbalmente e/ou de compreender o que está sendo dito. Podem levar a um discurso vago ou vazio. A afasia pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem. No extremo pode levar a mudez.

 

Além disso, foi afirmado que, em termos de topografia, a informação processada em zonas talâmicas é propagada de um modo muito divergente. Assim, a atribuição de sintomas específicos a um determinado núcleo é realmente mais difícil a este nível do que é para as regiões corticais com sua descrição funcional relativamente precisa.

Surgem diversas tentativas para diferenciar os tipos de afasia existentes. O artigo trata de alguns modelos que contrastam o tipo de lesão com as deficiências proeminentes. Argumentos foram obtidos principalmente a partir de observações em pacientes com infartos das artérias que suprem o tálamo.

A contribuição do artigo relaciona considerações relevantes sobre as funções que o tálamo exerce no controle e na adaptação da conectividade neuronal, que influenciam o circuito linguístico, baseadas em três propriedades: primeira, o estabelecimento de conexões com qualquer região cortical; segunda, a capacidade de transmitir informações em modos distintos de descarga para regular a probabilidade com a qual as mensagens são transmitidas de uma região cortical para outra; terceira, um circuito sequencial de informações permitindo a adaptação de mensagens finais em um processo interativo que envolve vários núcleos.

Considerando esse ponto de vista, a linguagem humana talvez não seja apenas uma função cognitiva hierarquicamente organizada e possa ser mais bem descrita como composta por sistemas corticais e subcorticais interdependentes, especializados na ativação da rede, na programação e na transmissão da informação.

Tratando o tálamo como multifuncional – funções diversas influenciam o desempenho linguístico, como a atenção seletiva, a preparação de resposta, o controle cognitivo ou a consciência de percepção. O artigo deixa clara a necessidade de pesquisas futuras, principalmente no campo da Estimulação Cerebral Profunda, para lançar luz sobre a questão ainda em aberto, de difícil acesso com as ferramentas de pesquisa de hoje, que especifica adequadamente o envolvimento das áreas talâmicas com o processo de formação da linguagem.

 

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Taínne Gomes Lopes

Natural de Brasília-DF, nascida em 03 de abril de 1993. Graduanda da XIV turma de Medicina da Universidade Federal da Grande Dourados, bolsista do programa Jovens Talentos para a Ciência- Capes/CNPq.

 

 

 

 

 

 

Referências Bibliográficas

1. Crosson B.A. Nadeau S.E., , Rothi L.J.G. Aphasia and Language: Theory to Practice. Guilford Publications, set, 2000. 1 ed, 373-75

2. Hauk, O., Johnsrude, I., Pulvermuller, F. Somatotopic representation of action words in human motor and premotor cortex. 2004. Neuron 41, 301–307.

3. Moro, A. The Equilibrium of Human Syntax: Symmetries in the Brain. Hardcover, 2012.

4.  Pulvermuller, F., Hauk, O., Nikulin, V. V.  Functional links between motor and language systems. Neurosci :2005, 793–797.

 

 

 

 

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