Tópicos em Neurociência Clínica. Elisabete Castelon Konkiewitz-ed. UFGD-2010. Download gratuito pela editora da UFGD.

tópicos de neurociência clínica

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Prefácio

topicos1Os transtornos de comportamento encontram-se dentre as doenças mais frequentes no mundo atual. Entre as dez maiores causas de incapacitação, quatro são transtornos mentais, a saber, depressão, abuso, ou dependência de substâncias, transtorno do humor bipolar e transtorno obsessivo-compulsivo. As síndromes demenciais estão presentes em cerca de 5% das pessoas na faixa dos 65 anos e em quase 50% daqueles com mais de 85. Elas já representam um problema de saúde pública, o qual se tornará ainda mais preocupante com o envelhecimento global da população. Estes dados tornam nítida a importância do estudo do comportamento humano em todos os cursos da área da saúde. Em relação à formação médica, este conhecimento não pode ser visto como algo concernente apenas às especialidades psiquiatria e neurologia, mas como parte de um saber essencial de todo profissional.

As últimas décadas têm presenciado um enorme avanço na compreensão dos mecanismos biológicos cerebrais subjacentes às funções mentais. Uma nova disciplina_a neurociência_ foi se estruturando e ganhando cada vez mais espaço e atenção. Ela resulta de uma combinação eclética de diferentes áreas, como a  biologia molecular, a psicologia, a embriologia, a neurologia,  a psiquiatria, a medicina nuclear, mas também a antropologia, a filosofia, dentre outras. O objeto de estudo é a mente humana em seus múltiplos aspectos: o desenvolvimento, o envelhecimento, a cognição, a emoção, o comportamento e suas respectivas alterações.

Em especial as novas técnicas de biologia molecular, genética e imageamento vêm permitindo desvendar  a fisiologia neuronal  e correlacioná-la aos diversos fenômenos observáveis do comportamento humano.topicos2

Este saber não é se opõe às abordagens humanísticas da psique, mas,  ao contrário, vai de encontro às mesmas, respaldando muitas de suas observações. Por exemplo, através de técnicas de neuroimagem, é possível demonstrar que a psicoterapia causa modificações nas conexões neuronais. A biologia molecular fornece vários indícios de que experiências traumáticas na infância levam a uma mudança persistente do sistema neuroendocrinoimunológico, predispondo a vítima a diversas doenças futuras. Outro exemplo são evidências de ativação de áreas do sistema límbico (relacionado às emoções) durante a produção de sonhos. Não se trata,  portanto,  de um reducionismo biológico, mas de uma busca de compreensão integradora.

 

O intuito desta obra é expor alguns princípios básicos da neurociência através da abordagem de temas clínicamente relevantes, estabelecendo assim, uma conexão entre o saber científico e a sua aplicação prática.  Os capítulos são o resultado de reuniões de estudo, discussões clínicas e pesquisas de revisão realizadas por graduandos do curso de medicina sob a minha orientação e supervisão docente. Esta atividade se deu a partir da introdução da neurociência como disciplina optativa na grade curricular.

Houve preocupação em que o texto fosse fluente, de fácil leitura e, acima de tudo, estimulante e capaz de despertar o interesse por esta fascinante área do conhecimento.

Elisabete Castelon Konkiewitz

 

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