Alterações cognitivas e psiquiátricas na epilepsia mesial temporal: um sério problema pouco estudado, dia 06 de outubro de 2017, horário: 8h30- 9h00 Palestrante: Profa. Dra. Elisabete Castelon Konkiewitz (UFGD)
A epilepsia mesial temporal (EMT) é uma forma de epilepsia focal, sendo a forma mais comum de epilepsia refratária. Caracteriza-se por crises convulsivas que se originam em estruturas límbicas, ou seja, no hipocampo, no giro para-hipocampal e na amígdala, podendo estar presente em 70-80% dos pacientes que apresentam epilepsia do lobo temporal.
A EMT refratária afeta, ao longo de sua evolução, vários domínios do funcionamento cognitivo, parecendo estar associada com uma deterioração cognitiva lenta, porém contínua. Na percepção dos pacientes, a memória é o domínio mais afetado, mas eles também se queixam com frequência de capacidade de atenção reduzida, lentificação cognitiva e dificuldade de expressão verbal. Inúmeros estudos estabeleceram, por meio de testes neuropsicológicos, disfunções nos domínios da memória, do funcionamento executivo, da linguagem, da cognição emocional e da cognição social. Todavia, a base neurobiológica destes déficits continua pouco compreendida.
Transtornos psiquiátricos são também comuns nos pacientes com EMT, sendo a depressão o transtorno mais frequente, com uma prevalência de 50-60%. Taxas de comportamento suicida em pacientes com EMT podem chegar a ser 25 vezes mais elevadas que na população geral.
Seriam os sintomas cognitivos, afetivos e comportamentais apenas comorbidades da EMT, ou seriam eles parte do mesmo espectro sindrômico, compartilhando substratos genéticos e fisiopatológicos com as crises epilépticas?
Alterações cognitivas e psiquiátricas na epilepsia mesial temporal: um sério problema pouco estudado
Horário: 8h30-9h00
Palestrante: Profa. Dra. Elisabete Castelon Konkiewitz (UFGD)