A comida e o cérebro: compulsão alimentar

A comida e o cérebro: compulsão alimentar

Oi galera, nessa semana vamos falar de um assunto que chama muita atenção, principalmente das meninas em relação ao corpo, mente e comida. Nós vamos falar sobre “Compulsão Alimentar” e tirar algumas dúvidas sobre o assunto.

O que é Compulsão Alimentar? 

Compulsão Alimentar é um nome muito conhecido para uns, mas tem gente que nunca ouviu falar disso ou então não sabem o que realmente é. Resumidamente, podemos dizer que é um impulso incontrolável para comer. Sim, a pessoa come tudo o que vê pela frente, não importa se já almoçou ou se nem está com fome. Viu algo de comer começa logo a querer ingerir o alimento.

Será que tenho Compulsão Alimentar?

Olha, muitas pessoas se perguntam: “será que tenho Compulsão Alimentar?”. Esse é um assunto muito comentado ultimamente, mas é preciso ter cuidado antes de dizer que sim. Uma pesquisa americana mostrou que quem sofre de Compulsão Alimentar apresenta atividades semelhantes e nas mesmas regiões cerebrais que os dependentes do álcool e das drogas. Acredita?

Quem sofre de Compulsão Alimentar apresenta atividades semelhantes e nas mesmas regiões cerebrais que os dependentes do álcool e das drogas.

“Isto confirma que a dependência alimentar está relacionada aos centros de recompensa do cérebro. Trata-se de um processo biológico, não somente de um problema comportamental”, disse Bonnie Levin, professora de neurologia e diretora da divisão de neuropsicologia da Escola de Medicina da Universidade de Miami, que.

Hoje, acredita-se que, no cérebro, há circuitos neuronais comuns responsáveis pela sensação de prazer promovida tanto pela ingestão de alimentos, quanto pelo consumo de drogas. Vamos entender melhor… Estudos com ratos de laboratório demonstraram que o consumo repetido e  excessivo de açúcar pode sensibilizar receptores cerebrais de dopamina (uma substância que é produzida pelo cérebro quando se sente prazer). A mesma coisa acontece quando se usa drogas ilícitas. Estudos com  técnicas de neuroimagem cerebral, tipo tomografia, que permitem visualizar imagens da estrutura e funcionamento do cérebro, também mostram que existem semelhanças entre as respostas fisiológicas (funcionamento do corpo) quando a pessoa fica na expectativa para comer alimentos saborosos ou para usar drogas. isso acontece porque a dopamina é liberada nas mesmas áreas cerebrais. Mas veja bem, não significa que os efeitos na nossa saúde sejam os mesmos em relação ao abuso de comida e o uso de drogas, ok?

Como vou saber se tenho Compulsão Alimentar?
Bem, só um médico vai poder dizer se uma pessoa sofre ou não de Compulsão Alimentar, mas segue abaixo algumas dicas dos sintomas mais comuns. Então, se você apresentar muitos destes sintomas, vale a pena procurar uma opinião médica:

1)    Ingerir uma quantidade grande de alimentos, mesmo não tendo fome;

2)    Sensação de perda de controle, com sentimento de culpa e depressão, após a comilança;

3)    Comer mais rápido que o habitual até se sentir desconfortável e muito cheio;

4)    Vontade incontrolável de comer quando está triste;

5)    Enorme de comer quando está psicologicamente abalado ou com sentimento de inferioridade;

6)    Estar descontente com a aparência e peso;

7)    Esconder embalagens de alimentos vazias para que os outros não saibam que você comeu;

8)    Sentir vergonha dos hábitos alimentares que tem, dizendo para os outros não sabe porque engorda se quase não come.

  

Compulsão Alimentar tem cura?

Bem, não existe uma cura, mas tem uma série de tratamentos que podem ser combinados de acordo com as necessidades do paciente. O tratamento algumas vezes pode envolver um grupo de diversos profissionais, por exemplo, equipes com psicólogo, nutricionista e psiquiatra. Isso pode acontecer quando é verificado que o problema possui outras condições associadas. O mais importante é procurar um acompanhamento com profissionais.

Normalmente, não são usados medicamentos para tratar o transtorno de ingestão compulsiva (compulsão alimentar), apesar de poderem ser usados supressores de apetite com controle médico e alguns medicamentos, podendo chegar até mesmo no uso de antidepressivos, dependendo do caso.

O transtorno de compulsão alimentar é um transtorno alimentar mais comum do que se imagina, embora muitas vezes mal compreendido. Mas dizer que é comum, não quer dizer que seja normal e saudável. Qualquer informação adicional sobre o transtorno de compulsão alimentar deve ser procurada junto de um médico, um especialista em transtornos alimentares ou outros terapeutas relacionados com este tipo de condição de saúde.

 

Mais informações:

– Compulsão Alimentar: um transtorno ainda em discussão

– Dependência Alimentar ou Ânsia de Comer?

– Compulsão Alimentar – InfoEscola

– Compulsão Alimentar – Sinais, Diagnóstico e Tratamentos

Comida que funciona como droga

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Por Natalia Inacio Oliveira Dolabela Medeiros (bolsista Jovem Talento – Pré-Iniciação Científica – FAPERJ) / Orientador: Glaucio Aranha / Estudante do CIEP 178 João Saldanha (Belford Roxo – RJ)

Imagens cedidas, sob licença, por www.freedigitalphotos.net

3 comentários sobre “A comida e o cérebro: compulsão alimentar

  1. Esse texto me fez criar coragem para procurar um psiquiatra. Eu tenho compulsão alimentar, e agora sei que tenho que me tratar. Muito obrigada!

  2. Parabéns pelo texto, ficou fácil de entender. Gostaria de fazer uma contribuição. A Inteligência Emocional aliada a Neurociência trás que as pessoas compulsivas podem buscar a crença que está limitando seu cérebro a ter novos hábitos alimentares, reeditar esse “filme”, ou seja, criar uma crença positiva no lugar da negativa e com isso, ter uma vida saudável e feliz para sempre.

    Forte abraço

    Jônatas Taborda

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