Os neurônios são as únicas células neurais?

Os neurônios são as únicas células neurais?

Thaís Lacerda

Quando estudamos um pouco sobre o sistema nervoso na escola, muita gente fica com a impressão de que os famosos neurônios são as nossas únicas células nervosas, mas e se eu te contasse que não é bem assim… O sistema nervoso é formado por diversas células distintas, cada uma delas realizando funções específicas e essenciais para o seu bom funcionamento. Então, agora, vamos desmistificar um pouquinho esse assunto?

Inicialmente, é importante saber a diferença entre células neurais e neuronais. O primeiro grupo faz referência a todas as células que compõem o sistema nervoso, já o segundo grupo compreende apenas os neurônios (em toda a sua diversidade). Portanto, pode se estabelecer a relação de que toda célula nervosa é neural, mas nem todas são neuronais.

Os neurônios são as células mais abundantes dentro desse sistema. De forma bem simplificada, a gente pode dizer que eles têm a função de responder a estímulos, gerando e propagando os impulsos nervosos (resultado da atividade elétrica), sendo que existem três principais tipos de neurônios. Os neurônios motores regulam todas as nossas ações, por exemplo, o controle dos músculos que são responsáveis pela fala. Os neurônios sensoriais são capazes de captar e responder a diversos estímulos internos e externos ao nosso corpo, dando início a processos como sensação e percepção. Os interneurônios, também conhecidos como neurônios associativos, participam como intermediários em simples reflexos, mas também atuam em funções superiores, como linguagem, memória, atenção e pensamento.

E agora, entram as menos famosas (ou pelo menos não tão conhecidas assim) células de glia (também chamadas células gliais), que possuem funções de suporte físico e metabólico, regulação de crescimento, proteção e regeneração dentro deste sistema. Pode parecer um pouco confuso de início, mas você verá que tudo isso faz muito sentido!

Essas células neurais podem ser divididas em dois grupos: as glias centrais, localizadas na região do sistema nervoso central (encéfalo e medula espinal) e as glias periféricas localizadas fora desse eixo central, estando presentes em todos os nervos e gânglios.

As glias centrais são dividas em microglias, astrócitos e oligodendrócitos. No primeiro tipo, estão as células com características e funções semelhantes aos macrófagos na corrente sanguínea, tendo um papel de defesa dentro desse sistema, já os astrócitos são reguladores de íons dentro do sistema nervoso central; são fornecedores de nutrientes para os neurônios e também auxiliam no estabelecimento de novas conexões entre as células neuronais. Os oligodendrócitos são responsáveis pela mielinização dos neurônios, formando a bainha de mielina, uma camada lipídica que reveste o axônio (uma das estruturas de um neurônio), fazendo um isolamento elétrico nessas células, sendo que é importante ressaltar que as bainhas de mielina  são todas do mesmo tamanho, justamente para que os impulsos nervosos se propaguem na mesma velocidade.

Em relação as glias periféricas, encontram-se as células de Schwann que assim como os oligodendrócitos, também são responsáveis pela formação da bainha de mielina, no entanto apenas dos neurônios difusos pelo nosso corpo.


Thaís Lacerda

Thaís Lacerda é estudante do Ensino Médio, no Colégio da Polícia Militar Vila Talarico. Tem formação como Técnica em Farmácia, pela Etec. Prof. Adhemar Batista Heméritas. Mora em São Paulo (SP) e atua no NeuroTeen desde 2020, com pesquisa temática e desenvolvimento de conteúdos para as mídias do projeto. Interessou-se pelas neurociências já no ensino médio e pretende fazer curso superior na área de biomédicas.

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