4.1. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Após identificar uma hipótese, você precisa especificar o planejamento de estudo. Diante disso, um estudo piloto poderá ser realizado com o recrutamento de participantes, seguido da coleta de dados reais.
Para traçar o seu desenho experimental, você deve atentar aos instrumentos que tem à disposição, ao tamanho do espaço amostral e aos códigos de ética.
Depois disso, os testes podem ser realizados com base na pergunta a ser respondida. Ou seja, com base na hipótese a ser testada.
4.2. DETERMINAÇÃO DO ESPAÇO AMOSTRAL
Segundo a Teoria das probabilidades, espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento. Ao lançarmos uma moeda, por exemplo, o espaço amostral é dado por “cara” e “coroa”.
Em uma pesquisa experimental, o espaço amostral representa o “recorte” que fazemos do nosso objeto de estudo. Por exemplo, para estudar uma espécie de plantas mediterrâneas, algumas espécimes serão utilizadas como representantes de toda a população estudada. O número de representantes é o nosso espaço amostral.
Porém, para que os resultados sejam verdadeiramente representativos, é importante escolher um número significativo de modelos, variando de 2 ou 5 até milhares, dependendo da pesquisa a ser desenvolvida.
4.3. ÉTICA:
Desde 1996, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), criada pelo Conselho Nacional de Saúde, estabelece a regulamentação sobre a proteção aos seres humanos envolvidos em pesquisa. Atualmente temos em vigor a Resolução 466/2012 que, em todo território nacional, determinada que toda pesquisa efetuada em seres humanos deve conter, entre outros componentes, um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), que ao ser assinado, autoriza o pesquisador a realizar os procedimentos previstos na metodologia. O objetivo do TCLE é esclarecer e proteger o participante da pesquisa e o próprio pesquisador, que por meio deste documento manifesta seu respeito à ética no desenvolvimento do seu trabalho.
O TCLE deve ser elaborado em duas vias, sendo uma cópia para o participante da pesquisa e outra para o pesquisador. Deve ser redigido de maneira simples, em linguagem clara e acessível ao participante da pesquisa ou seu responsável legal, geralmente pessoas leigas, às vezes semi-analfabetas, que através da sua leitura devem ter plena compreensão de:
- Qual é a pesquisa? (título e breves esclarecimentos)
- Por que será feita?
- Qual a justificativa para sua realização?
- Para que será realizada?
- Quais os objetivos da mesma e como será desenvolvida?
- Quais os procedimentos a serem realizados (metodologia)?
- Mencionar riscos ou desconfortos associados com a participação, mesmo que estes possam levar a desistência do consentimento, ou sejam mínimos;
- Quais são os benefícios esperados com a pesquisa, para o participante e a comunidade em geral?
- Se existem outros métodos ou alternativas para os procedimentos propostos;
- Quais são as formas de assistência e quem é o responsável pela pesquisa;
- Garantia que o participante terá suas dúvidas esclarecidas antes e durante a pesquisa;
- Explicar que existe a possibilidade de inclusão em um grupo controle ou placebo;
- Esclarecer quanto à liberdade de recusar ou retirar o consentimento, sem penalização, fornecendo meios para poder ser realizada a retirada (telefone, endereço, e-mail, p.ex.);
- Deve ser garantido o sigilo e a privacidade da identidade dos participantes;
- Se for o caso, citar as formas de ressarcimento aos participantes; e as formas de indenização, se estas se aplicarem.
- No caso de pesquisas que envolvam menores, ou legalmente incapazes, elaborar o Termo de Assentimento (Item II.24)
Para maiores esclarecimentos, sugerimos a leitura da Resolução 466/2012, ou as recomendações básicas referentes ao TCLE.
Existem comitês de ética específicos para a prefeitura do Rio de Janeiro e para o Estado do Rio de Janeiro. Seguem abaixo as especificações de cada comitê e um modelo de TCLE.
Comitê de Ética em Pesquisa – Prefeitura do Rio