Cinema, comportamento e emoções-por Kaíque Miranda, Fabiana Fernandes e Daniel Dank
RESUMO

O projeto Neurocine visa estimular a discussão transdisciplinar sobre o comportamento e as emoções humanas, tendo como base a discussão de filmes pré-selecionados, vistos em grupo semanalmente. Esta discussão amplia a compreensão das barreiras e das transições entre normalidade e doença, da relatividade e das limitações destes conceitos, dos dinamismos e possibilidades de vivências apresentadas sob diferentes perspectivas. Assim, o cinema é uma janela para o entendimento da psique, da cultura, dos valores e das variadas formas de expressão do homem.
Esperamos, dessa forma, expandir o conhecimento dos participantes sobre a psique humana, a biologia do Sistema Nervoso e seu funcionamento em suas diversas patologias, retratadas no cinema, e aprofundar seu conhecimento da sétima arte e seu papel como documento historiográfico.
Palavras-Chave: Cinema. Neurociência. Cultura.
INTRODUÇÃO
O cinema (do grego kimena “movimento”) é a técnica de fixar imagens que sugiram a impressão de movimento. O conjunto dessas imagens constitui uma obra cinematográfica (mais conhecida como filme). Dessa forma, o cinema entra na história da humanidade (há cerca de um século) como a arte da documentação, fixando a história com fotografias em movimento. Essa relação entre a história e o cinema não é recente, logo seu estudo mais aprofundado remonta há apenas três décadas e ainda se encontra longe de alcançar uma situação de ápice no que se diz respeito à formulação de um arsenal teórico solidificado. Entretanto, essa arte tem avançado cada vez mais, fixando alguns conceitos fundamentais acerca dessa relação, que não podem ser ignorados. Alguns conceitos dizem respeito ao enquadramento do filme enquanto documento historiográfico, outros como uma forma diferente de abordar diversos temas que podem ser relacionados a uma enorme game de conhecimentos. Assim temos o cinema como uma e da sociedade. A cultura inclui o comportamento e o desenvolvimento do homem sob diferentes facetas, que se encontram neste campo heterogêneo chamado neurociência. O cinema por si é uma arte mista relacionado às artes visuais, literatura, música e à dramaturgia. Tendo se tornado no século XX uma das mais importantes formas de comunicação e expressão do comportamento e forma de viver do homem.
O uso do cinema como ferramenta didática já é extensamente conhecido por sua eficácia, pois se trata de uma forma dinâmica, plástica e prazerosa de transmitir conhecimentos e despertar interesses para investigação dos mais diversos assuntos. Através dele temas abstratos são apreendidos de forma imediata e impactante. O cinema como ferramenta se presta em especial ao aprendizado de todas as disciplinas que se dedicam ao estudo do comportamento humano.

MATERIAIS E MÉTODOS
As atividades são desenvolvidas semanalmente no espaço de arte integrada Casa dos Ventos, com os filmes que já adquiridos com ônus próprio (desvinculado da UFGD). As sessões são supervisionadas pela coordenadora Dra. Elisabete Castelon Konkiewitz e assistidas por participantes e simpatizantes do projeto, dentre eles acadêmicos e não acadêmicos que auxiliarão e guiarão as discussões que darão inicio ao termino do filme. A cada sessão um participante fica responsável por arquivar os assuntos discutidos e formular no decorrer da semana uma resenha baseada nas discussões.
DISCUSSÃO
Dentre os filmes assistidos podemos citar em “Casa de Areia”, onde discutimos a influência do ambiente no comportamento humano-social, o contraste entre avanços tecnológicos em diversas áreas. Em “Romance” de Guel Arraes, aprofundamos na arte teatral, em como se dá a construção da emoção humana e sobre o impacto da televisão no teatro. Em “O Céu de Suely” foi discutido a necessidade as amarras sociais que giram em torno da periferia e o papel da educação na libertação dessas limitações. O estudo do Alzheimer e seu tratamento foram aprofundados em “Para Sempre Alice” de Richard Gletzer. Educação, depressão e a didática de professores foram abordados no filme “O Substituto” de Tony Kaye. No filme “A Teoria de Tudo” temos o estudo da esclerose amiotrófica múltipla e seu impacto social.
CONCLUSÃO
Este projeto de extensão visa contribuir para uma formação integral e reflexiva dos acadêmicos de diferentes áreas do saber, em relação ao comportamento humano e os temas referentes a sociedade, usando filmes para alicerçar as discussões. Nesse sentido, o projeto tem aberto um espaço de diálogo interdisciplinar na socieade que, num ambiente informal, favorece a construção de um conhecimento diferenciado e mais abrangente, ao tempo que fornece oportunidades de aprofundamento em temas pontuais através da troca materiais e informações entre os participantes. Futuros desafios do projeto, que têm sido propostos pelos participantes e colaboradores, podem consistir em realizar algum tipo de produção bibliográfica ou mesmo online, contendo os resultados das discussões com o objetivo de ampliar o número de pessoas beneficiadas pelas atividades do projeto.