A gente quer o prazer e o belo. Musicoterapia para crianças-um texto para educadores, por Elisabete Castelon Konkiewitz

A caverna Geibenklösterie, nos mesmo sítios do sudoeste da Alemanha, guardou por milhares de anos um segredo musical. Escavações feitas por pesquisadores da Universidade de Tübingen no local descobriram a existência de uma flauta com cerca de 30 mil anos, feita a partir do marfim das presas de um mamute. O instrumento tem 18,7 centímetros de comprimento e três orifícios para os dedos.
Para que serve a música? -trechos da reportagem da revista SUPERINTERESSANTE (http://super.abril.com.br/ciencia/para-que-serve-a-musica/)
Com base no achado de flautas de ossos feitas há 53 mil anos pelos neandertais, pesquisadores estimam que a atividade musical deve ter pelo menos 200 mil anos – contra 100 mil anos de vida do Homo sapiens. É bacana imaginar que talvez esses hominídeos já buscassem formas de diversão. Mas, pensando bem, que sentido pode fazer a música em um período no qual nossos ancestrais estavam muito mais preocupados em não ser devorados por um leão do que com o próprio prazer? E mesmo na sociedade contemporânea, se nos cercamos de música com tanto afinco, é de supor que, assim como a fala, ela sirva para alguma coisa, tenha alguma função específica para a humanidade. Mas qual?
A pergunta atormenta filósofos e cientistas há séculos e, infelizmente, ainda não tem resposta conclusiva. Já se imaginou, por exemplo, que a música é responsável por reger a harmonia entre os homens e os astros que mantém a ordem do Universo – uma idéia formulada por Pitágoras no século 5 a.C. Hoje, boa parte da pesquisa científica por explicações tem uma perspectiva evolutiva e biológica.
Provavelmente ela surgiu como uma manifestação das emoções. Uma sofisticação, por exemplo, do choro e da risada. Principalmente, como uma forma de chamar a atenção do grupo e motivá-lo para a realização de uma atividade que precisava ser feita em conjunto. É possível imaginar que um indivíduo batesse palmas, ou pedras ou gravetos, mas o mais plausível é que o primeiro instrumento musical tenha sido mesmo a voz humana. O cientista cognitivo William Benzon, autor do livro Beethoven’s Anvil (“A Bigorna de Beethoven”, sem tradução para o português) especula que tudo começou muito tempo antes, com a imitação dos sons de outros animais.(http://super.abril.com.br/ciencia/para-que-serve-a-musica/)
Chegamos então a um ponto delicado: a música surgiu antes ou depois da linguagem falada? Essa é outra pergunta que divide cientistas. Acreditar que primeiro desenvolvemos a fala e depois apuramos a técnica musical pode parecer um caminho lógico. Mas a verdade é que não é exatamente assim que funciona nosso ciclo de aprendizado. Antes de os bebês saberem falar, eles já balbuciam de uma forma muito musical. “É comum vê-los inventando musiquinhas mesmo desconhecendo a reprodução dos sons convencionais”, diz a psicóloga Sandra Trehub, da Universidade de Toronto, que pesquisou a percepção musical em crianças. Isso pode ser um indicativo de como nossos ancestrais se manifestavam antes de desenvolver a linguagem. “Talvez as cordas vocais e bocas deles ainda não estivessem prontas para falar, mas eles tinham ritmo e podiam grunhir e fazer sons. Isso poderia ser tomado como música, ou ao menos como sua raiz”, afirma Mark Tramo.(http://super.abril.com.br/ciencia/para-que-serve-a-musica/)
Mas se o uso da música como ferramenta de comunicação foi ultrapassado pela linguagem, por que ela continuou existindo? Para essa pergunta nem precisamos da ajuda dos cientistas. Todo mundo que já se apaixonou e dedicou uma música ao ser amado pode responder sem medo. É porque ela assumiu um papel que a fala sozinha não deu conta: transmitir emoções. E essa característica nós podemos notar independentemente das preferências pessoais de cada um. Assim, dependendo da combinação de tons, a música é capaz de provocar uma sensação que vai do prazeroso ao desagradável. Quanto mais dissonantes forem os intervalos das notas musicais, maior será a sensação de tensão ou medo. Isso é fácil de ser identificado se ouvirmos as trilhas sonoras de filmes de terror ou suspense, como a clássica de Psicose, de Alfred Hitchcock.(http://super.abril.com.br/ciencia/para-que-serve-a-musica/)
Essa função musical de comunicar sentimentos faz sentido não só hoje, mas em sua própria origem. Se os animais também modificam a expressão vocal para demonstrar um sinal de pacto, como o ganido de submissão de um cachorro, “parece inevitável que as expressões formais de emoção sejam aos poucos fundidas em algo semelhante à melodia”, escreve Jourdain. “É exercitando ou aplacando emoções que estabelecemos relação com outros seres humanos.” E a música corporifica isso.
Através de experimentos de neurociência, sabemos que a música ativa várias regiões do cérebro, não havendo, portanto, um “centro da música”.
Para a apreensão dos seus diversos componentes faz-se necessária a interação dos mais diferentes sistemas entre si. Assim, a música envolve percepção, cognição, emoção, estética, coordenação, etc., sendo armazenada na nossa memória, tanto como um todo, quanto em partes separadas (seu ritmo, seu texto, sua melodia, sua tonalidade, etc.).
Ainda mais fascinante é saber que, apenas ouvindo música, mesmo sem prestar atenção, já estou ativando muitas sinapses e promovendo a integração de diferentes áreas cerebrais. De fato, experimentos mostram que a música é apreendida pré-atentivamente e que, mesmo aqueles sem formação musical e que se julgam totalmente desprovidos de talento têm no seu cérebro algo comparável a uma gramática em forma de arquivo que lhes torna capazes de reconhecer disarmonia, ou dissonância.
É justamente o fato de a música ativar, ou seja, “por para trabalhar”, tantas áreas cerebrais ao mesmo tempo_ áreas estas tão importantes para a linguagem, a memória, a atenção, a motricidade, etc._ que a torna tão fascinante como instrumento na educação. É como se houvesse um exercício físico que treinasse simultaneamente todas as capacidades necessárias para um bom desempenho atlético: velocidade, precisão, força, flexibilidade, resistência.
Além da ativação de diferentes áreas simultaneamente, ocorre uma melhora da comunicação entre elas, pois, para que uma peça musical possa ser executada, ou ouvida, é preciso que as áreas da melodia, do ritmo, da emoção, da coordenação motora, entre outras, não somente “entrem em serviço”, mas que trabalhem juntas, passando as mensagens umas para as outras. Como já sabemos do nosso estudo sobre neuroplasticidade, vias que passam a ser bastante transitadas, sinapses “muito usadas”, tornam-se cada vez mais eficientes. Então, isto quer dizer que, tocando piano, estou fortificando sinapses que também são necessárias para outros desempenhos, como coordenação motora, mas também orientação viso-espacial, atenção, memória, etc.
O efeito sobre a memória é facilmente detectado no dia-a-dia. Pegue, por exemplo, a época de eleições (as musiquinhas dos candidatos). Para fixar alguma informação, nada melhor do que musicá-la – veja as técnicas de alunos de cursinho para decorar fórmulas. Essa faceta da música parece ter sido útil para a transmissão da cultura na pré-história, quando ainda não dominávamos a escrita.
Já o impacto sobre a inteligência é mais difícil de constatar. A tentativa mais famosa ficou conhecida como “efeito Mozart“. Quando foi proposta, em 1993, levou a um surto de compras de discos do compositor, mas até hoje é polêmica. Na ocasião o neurocientista Fran Rauscher, da Universidade de Wisconsin, e o neurologista Gordon Shaw, da Universidade da Califórnia, mostraram que crianças apresentavam desempenho matemático melhor após ouvir sonatas do compositor austríaco. O efeito da simples audição, no entanto, nunca foi comprovado. O que parece fazer mais sentido é quanto a possíveis benefícios relacionados ao aprendizado de música, que induz ao prolongamento dos neurônios e aumento das conexões entre eles.
“A música nos tira de hábitos mentais congelados e faz a mente se movimentar como habitualmente não é capaz. Quando somos envolvidos por música bem escrita, temos entendimentos que superam os da nossa existência. E quando o som pára, voltamos para nossas cadeiras de rodas mentais”. Robert Jourdain (pianista e escritor).(http://super.abril.com.br/ciencia/para-que-serve-a-musica/)
Musicoterapia
Durante muitos séculos a música desempenhou papel importante na medicina. Já na antiguidade Pitágoras (médico e matemático) acreditava nas relações entre as harmonias da música e do corpo.
No século XX, após a segunda guerra mundial, houve um renascimento do uso terapêutico da música e o surgimento de uma nova disciplina: a musicoterapia. Nesta podem ser distinguidos diferentes ramos:
- Musicoterapia de orientação psicopedagógica: P. Nordoff, C. Robbins, J. Alvin e G. Orff.
- Musicoterapia de orientação psicoterápica: G. K. Loos, Dr. Blanke e Dr. Jädicke
- Musicoterapia de orientação médica: H.H. Teirich
- Musicoterapia de orientação antroposófica: M. Schüppel.
- Terapia médica de ressonância musical: Peter Hübner
Hoje a musicoterapia se ocupa, por um lado com os efeitos da música e dos seus componentes inerentes (ritmo, melodia, etc) sobre a nossa psique, assim como, por outro lado, com os aspectos da relação e da comunicação entre o terapeuta e o paciente. O terapeuta é ao mesmo tempo músico e a comunicação se dá não verbalmente através da linguagem musical.
Histórias complexas são relatadas pelo neurologista Oliver Sacks em livros como Tempo de Despertar, que foi adaptado para o cinema. É exemplar o caso da paciente Frances D., que sofria de Parkinson e durante as crises ficava paralisada, rangendo os dentes e sofrendo muito.
Sacks descobriu que a única coisa que acalmava os sintomas era a música. Quando Frances ouvia o som, desapareciam completamente todos os fenômenos “obstrutivo-explosivos” e ela ficava feliz. “A senhora D., repentinamente livre de seus automatismos, ‘regia’ sorridente a música ou se levantava e dançava ao seu som”, escreveu Sacks. O médico percebeu o mesmo efeito em vários outros pacientes. Em alguns casos, só de pensar em música eles ficavam melhores.
Mas, infelizmente, o remédio é temporário, proporcionando uma espécie de equilíbrio momentâneo para o cérebro doente. “A música vence os sintomas ao transportar o cérebro para um nível de integração acima do normal. Ela estabelece fluxo no cérebro, enquanto, ao mesmo tempo, estimula e coordena as atividades cerebrais, colocando suas antecipações na marcha correta”, diz Robert Jourdain. Para o pianista – que busca responder em seu livro por que gostamos tanto de música -, a mágica que ocorre com os pacientes é a mesma que ocorre com todos nós. “A música nos tira de hábitos mentais congelados e faz a mente se movimentar como habitualmente não é capaz. Quando somos envolvidos por música bem escrita, temos entendimentos que superam os da nossa existência. E quando o som pára, voltamos para nossas cadeiras de rodas mentais.”
Através de experimentos de neurociência, sabemos que a música ativa várias regiões do cérebro, não havendo, portanto, um “centro da música”.
Para a apreensão dos seus diversos componentes faz-se necessária a interação dos mais diferentes sistemas entre si. Assim, a música envolve percepção, integração, cognição, emoção, estética, coordenação, etc., sendo armazenada na nossa memória, tanto como um todo, quanto em partes separadas (seu ritmo, seu texto, sua melodia, sua tonalidade, etc.).
É justamente o fato de a música ativar, ou seja, “por para trabalhar”, tantas áreas cerebrais ao mesmo tempo_ áreas estas tão importantes para a linguagem, a memória, a atenção, a motricidade, etc._ que a torna tão fascinante como método de terapia. É como se houvesse um exercício físico que treinasse simultaneamente todas as capacidades necessárias para um bom desempenho atlético: velocidade, precisão, força, flexibilidade, resistência.
Além da ativação de diferentes áreas simultaneamente, ocorre uma melhora da comunicação entre elas, pois, para que uma peça musical possa ser executada, ou ouvida, é preciso que as áreas da melodia, do ritmo, da emoção, da coordenação motora, entre outras, não somente “entrem em serviço”, mas que trabalhem juntas, passando as mensagens umas para as outras. Como já sabemos do nosso estudo sobre neuroplasticidade, vias que passam a ser bastante transitadas, sinapses “muito usadas”, tornam-se cada vez mais eficientes. Então, isto quer dizer que, tocando piano, estou fortificando sinapses que também são necessárias para outros desempenhos, como coordenação motora, mas também orientação viso-espacial, atenção, memória, etc.
Ainda mais fascinante é saber que, apenas ouvindo música, mesmo sem prestar atenção, já estou ativando muitas sinapses e promovendo a integração de diferentes áreas cerebrais. De fato, experimentos mostram que a música é apreendida pré-atentivamente e que, mesmo aqueles sem formação musical e que se julgam totalmente desprovidos de talento têm no seu cérebro algo comparável a uma gramática em forma de arquivo que lhes torna capazes de reconhecer disarmonia, ou dissonância.
E, além de todo o referido acima, não nos esqueçamos de um outro aspecto, talvez o mais importante: o prazer. Em todas as culturas as pessoas gostam de música e se movimentam espontaneamente no seu embalo.
A música na educação especial:

Em muitos países a música vem se tornando cada vez mais parte obrigatória no apoio a crianças com necessidades especiais. Pode ser usada com finalidade psicoterápica, onde a criança e o tem a chance de fazer uma experiência emocionalmente positiva, que promove sua auto-estima e o seu desenvolvimento bio-psico-social.
- A música estimula diferentes canais sensoriais e diferentes áreas do cérebro, ou seja, com já exposto, a música tem um caráter multimodal e integrativo.
- A música é uma experiência prazerosa e permite à criança desenvolver-se brincando.
- A música é muito motivante, mas pode também ser bastante relaxante e tranqüilizante. As sessões devem sempre ter um caráter gratificante. Não há certo ou errado na expressão musical. Isto melhora muito o sentimento de auto-aceitação das crianças.
- A musicoterapia também pode ajudar crianças em situação de dor ou estresse.
- A música encoraja a socialização, a auto-expressão e a comunicação
- Extremamente importante é o papel da música no desenvolvimento da linguagem
A musicoterapia pode ser feita em grupo ou em sessões individuais (por exemplo, no caso do autismo, onde os problemas de comunicação tornam, pelo menos no início, uma terapia em grupo muito estressante para a criança).
As atividades propostas podem ser cantar em conjunto, dançar, tocar musicais conhecidas, ou improvisar livremente.
O musicoterapeuta acompanha os jogos e também toca. Ele interpreta os sentimentos, os medos, os desejos que tomam expressão musical e responde a eles com a música. A criança se sente aceita, compreendida e em diálogo. Os tons, os ritmos, as melodias expressas pela criança podem ser imitadas pelo terapeuta, como se este lhe mostrasse um espelho, podendo, ao mesmo tempo, modificar alguns aspectos, indicando outras soluções, comportamentos e emoções alternativos.
Há muita dinâmica e criatividade, mas também momentos de silêncio. Podem aparecer regressão, agressividade e outros sentimentos. Tudo vai se modificando com o tempo, com o aprofundamento da relação com o terapeuta e o acúmulo das experiências compartilhadas.
Podem ser usados instrumentos que não exigem formação musical. Estes são chamados instrumentos de Orff, pois foram usados na musicoterapia de Gertrud Orff. Exemplos são o triângulo e o reco-reco. Também podem se usar instrumentos de fácil manejo, aqueles que estimulam diferentes sentidos, ou até mesmo aqueles mais exigentes, como a flauta, o piano, o xilofone, entre outros.
A musicoterapia também pode ser passiva, ou receptiva. Aqui o musicoterapeuta pode improvisar para a criança, ou usar um aparelho de som. A música pode evocar sentimentos, lembranças e levar a novos jogos, danças, ou mesmo, estimular a tematização verbal.
A musicoterapia é indicada principalmente para crianças com dificuldade de comunicaçaõ e contato, com medos e inseguranças, retraídas, que reagem passivamente aos problemas, que se tornam rapidamente agressivas, que não mostram as suas capacidades.
Uma história:
Ana, uma menina de nove anos com deficiência mental, vinha apresentando um comportamento anti-social. Ela xingava, praguejava, cuspia nas pessoas e estava ficando cada vez mais isolada e sem amigos na escola que freqüentava.
No início das sessões individuais ela mostrou com a terapeuta seu comportamento habitual. Ria-se dela, rasgou cópias que esta havia feito dos seus desenhos. A terapeuta na posição de humilhada começou a tocar guitarra, compondo formas cada vez mais cômicas sobre a ousadia da garota, mas também falando sobre seus atributos positivos.
A menina a acompanhava, no início, desconfiada, mas aos poucos cada vez mais participativa. As composições eram na sua maioria improvisações voltadas para as situações do momento.
Ana ia se tornando cada vez mais segura naquele ambiente, até que também tornou-se capaz de dançar com lágrimas nos olhos ao som de tristes canções. Ela sentia com a música e chorou a morte do leão-pai da história “O rei dos leões”.
Após dois anos a terapia pode ser concluída. Assim, neste processo, a música tolerou o comportamento agressivo e não se deixou calar. Pelo contrário, ela usou o elemento de agressividade e o transformou na expressão musical, possibilitando à garota aos poucos sair do seu isolamento e mostrar sua fragilidade.
Ana ainda está bem. É hoje uma adolescente equilibrada e aberta a contatos.
Fontes bibliográficas:
ANDRADE, PE ; CASTELON KONKIEWITZ, Elisabete . Fundamentos neurobiológicos da música e suas implicações para a saúde. Neurociências (Rio de Janeiro), v. 07, p. 171-183, 2012.
acessível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-58212011000100011
ANDRADE, PE ; CASTELON KONKIEWITZ, Elisabete . BRAIN AND THE MUSIC: A WINDOW TO THE COMPREHENSION OF THE INTERACTIVE BRAIN FUNCTIONING. Ciências & Cognição (UFRJ), v. 16, p. 137-164, 2011.
Musicoterapia-Escrito por Elisabeth Martha Tesheiner http://alumiar.com/index.php/saude/49-musicoterapia/685-musicoterapia
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