Filmagem da palestra “O processo de Franz Kafka-delírio paranóide de uma mente esquizofrênica?”-Elisabete Castelon Konkiewitz https://www.youtube.com/watch?v=H5U0W91bRhc&t=48s

Palestra da Profa Dra Elisabete Castelon Konkiewitz sobre a obra de Franz Kafka. É proposta uma possível leitura que concilia a literatura, a fenomenologia do delírio e a neurobiologia da esquizofrenia.
A palestra foi parte do IV Simpósio Internacional de Neurociências da Grande Dourados.

 

A história de “O Processo” se inicia subitamente, quando o personagem principal, Josef K.,  é surpreendido pela manhã em seu quarto por dois homens desconhecidos. Ele então descobre que os mesmos são policiais, funcionários da Justiça, e que ele está preso. Os guardas, porém, não sabem e nem se sentem na obrigação de lhe informar quem o acusa, nem qual foi o seu delito. Eles apenas cumprem ordens e seu dever é o de informar-lhe sobre este novo fato e de vigiá-lo a partir de então.

Estranhamente, esta prisão não implica em nenhuma mudança dos aspectos ordinários e cotidianos da vida de Josef K. , ele pode continuar trabalhando no banco e seguindo seus demais afazeres. De início, basta saber que o processo foi iniciado. É como uma mudança ontológica: o ser, enquanto ser, não é mais o mesmo.

O texto não traz apresentações, ou explicações introdutórias. O leitor não é informado sobre a época, ou o local da trama, não conhece a biografia de Josef K. Não há nenhuma descrição sobre a sua personalidade, nenhum tipo de tentativa de análise psicológica. Sabe-se apenas que ele é um bancário de trinta anos, que mora em um quarto de pensão e que se encontra em fase de ascensão profissional. O restante é insinuado, ou inferido. Aos poucos.

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