Neurocine: “Hoje eu quero voltar sozinho”

“Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” é um filme brasileiro dirigido por Daniel Ribeiro e foi lançado em 2014. Ele conta a história de Leonardo, um adolescente cego que está lidando com os desafios típicos da adolescência, incluindo a descoberta da sua sexualidade.

A trama se desenrola quando um novo aluno, Gabriel, chega à escola e começa a desenvolver uma amizade com Leonardo. Enquanto isso, ele lida com a superproteção de sua mãe, que trata a questão da deficiência visual como um limitador para diversos aspectos da vida cotidiana de Leonardo. Ao mesmo tempo, os personagens lidam com as dificuldades próprias da adolescência, um período de transformações orgânicas e de amadurecimento do sistema nervoso. Giovana, a melhor amiga de Leonardo, tem sentimentos por ele, mas com o tempo Leonardo começa a perceber que seus sentimentos por Gabriel são mais do que apenas amizade. Neste sentido, o filme abre espaço para pensarmos os processos psicobiológicos relacionados com a puberdade.

O filme é incrivelmente sensível e delicado ao lidar com a temática da descoberta da sexualidade e da deficiência visual. As atuações são muito boas, especialmente do ator principal, Ghilherme Lobo, que interpreta Leonardo. A química entre os atores também é muito forte, o que torna a história ainda mais envolvente.

O diretor Daniel Ribeiro fez um excelente trabalho ao mostrar a perspectiva de Leonardo, com cenas que mostram como é a vida de um adolescente cego. Um momento que merece ser destacado diz respeito à cena do primeiro dia de aula, quando Gabriel chega de outra cidade e senta no lugar que ninguém da classe deseja sentar, que é atrás da cadeira de Leonardo, por causa da máquina de escrita Braille que ele usa, e cujo ruído incomoda os demais alunos. O instrumento é necessário para que Leonardo escreva em Braille – um código de escrita e leitura para pessoas portadoras de deficiência visual. Ele atende às necessidades de Leonardo, e seus ruídos não parecem incomodar Gabriel, que se mostra sensível a necessidade de inclusão do colega. 

O filme também é bem-sucedido em retratar as inseguranças, medos e desejos comuns a todos os adolescentes, independentemente de sua orientação sexual ou deficiência. No geral, “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” é um filme belo e comovente, que trata de temas importantes de maneira sensível e reflexiva. É uma obra que deve ser vista por todos e pode ser um recurso didático válido para introduzir uma série de discussões relacionadas com neurociências, diversidade e inclusão.

  • Título: Hoje eu quero voltar sozinho
  • Título Original: Hoje eu quero voltar sozinho
  • Duração: 95 minutos
  • Direção: Daniel Ribeiro
  • Ano de produção: 2014
  • Roteiro: Daniel Ribeiro
  • Classificação: 12 anos /  Drama, Romance, Adolescência 
  • País de Origem: Brasil
  • Temas de neurociências abordados: Deficiência Visual, Sistema Braille
  • Disponibilidade: Netflix

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